Como um homem que gritou por muito tempo em sofrimento
apenas o som de seu coração, palpitando sozinho, rítmico e frequente
tudo é escuridão, em um silêncio oco, fecundado em miséria
silêncio criado pela falta das coisas, por tudo aquilo que ali é inexistente
ele está em toda a parte, como uma nova ordem que cantam por ai
em agonia, tudo cintila rubro, como lágrimas pelo caminho
o único som é gélido, frio, o assobio do vento pela fresta da janela
o suficiente para levar tudo, menos as lágrimas que caem no copo com vinho
deixe que o espírito se vá, como se a chuva o carregasse para longe
eu não sei como acabará, como se a solidão fosse a fonte
aqui não há fantasia, para onde iremos depois?
será que lá, seja onde for, seremos apenas nós dois?
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