domingo, 26 de agosto de 2012

O corvo e o lobo

eterna sensação de liberdade desenhada na areia
virtude comum entre os jovens construtores de castelos
cujo mar desata em destruir com a sua doce, porém vil, natureza
pois de lá sopra o canto de mais singela beleza

o corvo desata a voar, crescendo sua sombra pela terra
o lobo desata a correr, perseguindo o mundo que o cerca
e a tolerância se ergue quando seus olhos faiscantes se encontram
refletindo sobre os caminhos a se tomar, o corvo torna-se um pensador
e quando molha sua pena no tinteiro, chamam-no de sonhador

já o lobo, veloz como o vento, atravessa o mundo em caça
um violador, em meio à escuridão, com os olhos escuros cintilantes
enquanto a lua ilumina durante a noite inteira a mesma presa
como um caçador natural, com instintos ferozes e constantes

quando os velhos medos partirem e o vento mudar de curso
a água, volátil e sempre mutável, para um lugar inesperado correria
o corvo, voando pelo céu noturno, seguro em sua completa reflexão
mas o lobo, insensato e apressado, afogado morreria

Nenhum comentário:

Postar um comentário