Beije aquilo que te faz bem, minha querida
com seus doces lábios avermelhados, de uma beleza cintilante
como se acabasse de comer amoras sob uma árvore de sonhos
onde o farfalhar das folhas sempre é constante
Beije a noite, minha querida
pois ela que a esconde quando você desata a chorar
com o rosto enfiado no travesseiro de plumas
sentindo o frio toque do aço, onde a lâmina acabara de cortar
Beije o silêncio, minha querida
pois é ele quem cobre o vazio que a cerca diariamente
sempre presente, de mãos dadas com as sombras
um vizinho que sempre está ali, mas só aparece quando não é conveniente
Beije o peso em seus ombros, minha querida
pois ele que lhe tira o sono durante a madrugada
que dança entre a fumaça do cigarro que você acende desesperada
ou boiando na bebida que do copo foi derrubada
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