segunda-feira, 11 de junho de 2012

Sobre religião

Todos os dias, novos adeptos ao ateísmo andam surgindo pelo Brasil inteiro, por conta da tão conhecida ATEA (e outros grupos) e livros não muito recomendáveis que discutem o ateísmo e o teísmo de uma forma clara e branda. Claro que isso vem gerando um grande alvoroço - dobrado na internet - e uma série de discussões sem fundamentos de uma guerra particular entre os crentes e os não-crentes.
Dessa forma, muitas coisas são ditas por crentes que não conhecem bem a doutrina de sua própria religião e por ateus que só sabem repetir os mesmos discursos que já cairam no clichê, quando na verdade, não há raciocínio nenhum na argumentação. Assim sendo, os novos críticos das teologias não possuem qualquer conhecimento sobre as religiões, tal como os próprios membros da mesma, dessa forma, ambos terminam por se perder em meio de discussões, usando de piadas sarcásticas ou de afobação irritadiça.
Apesar desse assunto ser realmente delicado, os ateístas desenvolvem suas críticas em cima da bíblia e outros livros da filosofia religiosa em questão, que já não são pontos de referência para nenhum religioso não-fanático.

(O fanatismo, em qualquer uma de suas ramificações, é uma situação deplorável onde a falta de raciocínio próprio é coberto por um modo de controle sustentado por demais, usando como intermediário, ódio ou amor incondicional (extremos) por algo ou alguém, geralmente ligando isso à uma imagem, pessoa ou objeto, tornado mais fácil a ligação afetiva.)

Religiosos, por sua vez, possuem como ponto central de suas características o sentimentalismo forte ligado a sua essencia, juntamente com um ego extremamente inflado, mas não vou entrar neste assunto.
A crítica a religião deve ser estruturada quanto a sua posição atual na doutrina e em como ela influencia os não crentes ou adeptos de outras religiões, passando pelo ponto dos resultados dela perante a sociedade comum, analisando os seus discursos em questão perante assuntos de interesse geral, onde sua influência pode decidir os resultados. Pensar sobre 'até onde' os membros de uma religião podem impor os seus ideais sobre quem não a segue, já é um assunto infundado, pois a estabilidade das grandes religiões não vai ser abalado por meia duzia de ofensas e as pessoas que tem poder para lutar com isso (políticos em um geral), não podem assumir uma postura contra, pois a maioria dos eleitores coloca o seu credo acima de qualquer outra coisa.
Além disso, converter totalmente crentes e não-crentes a suas ideologias, é uma idéia bastante complicada, quando se pretende abordar fatos e pensamentos críticos em relação a um ou a outro, pois de qualquer forma, se uma pessoa realmente crê no que ela crê, é claro que o sentimentalismo está acima de qualquer raciocinio lógico e transformar lógica em sentimentalismo ou vice-versa é um trabalho que leva tempo.
Impor um pensamento sobre o outro usando dos argumentos em questão, já não é mais a mesma coisa do que era a dois anos atrás, pelo motivo de todas as questões já estarem no ar, sendo discutidas por quem quiser.
As religiões veem o correto e o pecaminoso de forma implacável e seu discurso acerca do certo e o errado vem diretamente disso, do que é certo e errado (normal e anormall). Isso torna o discurso das doutrinas de credos muito fechado para demais pensamentos sobre questões 'tabus' como homosexualismo, que é uma prática que, apesar de comum em várias espécies de animais, é considerada erroneamente como 'anormal'
Como é algo 'incomum', é considerado errado por diversos motivos e é julgado como errada segundo a bíblia, o que é um dos poucos discursos religiosos que ainda permanecem. (Tatuagens são condenadas pela bíblia da mesma forma e poucos sabem ou estão preocupados com isso.)

Uma luta direta contra a religião é algo fora de cogitação no momento (e é o que eu mais vejo por ai) a luta, na realidade, deve ser contra o 'ego' inflamado, que põe em questão o ato de impor a sua doutrina sobre o outro. Ateus tentando esclarecer o mundo para os crentes e crentes tentando converter os ateus, são coisas as quais já cansei de ver por ai, e mesmo assim não tem resultados. Cada um já escolheu o seu lado e a simples escolha de se fechar aos ideais do outro por pura 'birra', já torna difícil a propagação de um ideal que mude completamente a forma que uma pessoa possui de ver o mundo.



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