As histórias utópicas abordando questionamentos tristes e muitas vezes até melancólicos tomam conta do dia a dia das histórias épicas, tornando-se um gancho para enredo e construção metafórica para a decadência dos mundos onde se passam. Mas, os sábios contam que a maior solidão é a tristeza de um amor não correspondido ou afetado por meios terciários, tornando-o de uma complicação deveras intrigante e abarrotada de sentimentos interligados sempre esteve presente em toda a cultura fantástica, arquitetando aventuras de heróis e reis.
Solidão é o arquétipo da condição humana vazia e só, com um fim pesaroso e de depressão dura. Ela faz parte da construção de um herói, surgindo em seu nascimento e se esvaindo em momentos seletos, tornando o personagem forte e vitalício. O personagem então é apresentado à alegria de não ser só, de em seu passado – agora longínquo – ter ESTADO só, resultando em um ser de caráter único dentro de um todo, levando-o da loucura ao heroísmo em momentos oportunos. A solidão então se torna uma opção geralmente não reprimida para a construção de seres carismáticos nas historias, onde possamos nos identificar e eleger nossa preferência.
Um é um e cada um é um todo.
Levando em consideração a semelhança desses fatos extraordinariamente clichês, é fácil basear sua historia em torno disso, dando aos personagens, um carinho profundo graças às reflexões quanto a angustias.
A beleza na solidão, em grande parte, é apoiada ao tripé que é “sofremos de solidão por necessidade de outro.” Este ‘Outro’ é um gancho ainda melhor. Um amigo de infância, um irmão, uma namorada. Aceitando o fato do ser humano ter sido criado como um indivíduo obrigado a se tornar socializado, lembremos que àquela hora na madrugada, quando não conseguimos dormir, se torna uma penumbra da verdadeira solidão reflexiva, quando o mundo para e tudo se torna qualquer som no andar de baixo.
É um momento muito pessoal e usado como bengala em historias de essencial meditação e embate de ideais e pensamentos.
A história a seguir é sobre tudo isso. Um épico solitário.
- São os deuses chorando por nós. – Costumava dizer minha mãe quando chovia. – as gotas são suas lagrimas pelo mal que causamos a nossa terra.
- E os trovões, mãe? – eu perguntava.
- São os gritos, filho. Os gritos de ódio.
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